terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Primeira turma indígena concluí Ensino Médio na região da 20ª CRE

A Conclusão da primeira turma indígena no Ensino Médio da Escola Estadual Indígena Kaigang Francisco Kajeró foi muito festejada pelo povo kaigang e pela comunidade escolar. A solenidade ocorreu na última sexta-feira, 9,  no Ginásio da Aldeia, Terra Indígena da Várzea, localizada no município de Liberato Salzano. Um grupo de 10 alunos da etnia Kaigang colou grau no Ensino Médio Polítécnico.

Na abertura da solenidade, a diretora Loreni Graebin, fez um relato desde os primeiros passos na busca da implantação do Ensino Médio na Escola, através, inicialmente da extensão, após veio o reconhecimento, autorização e hoje a formatura. Ela também citou as parcerias que estiveram juntas nessa conquista como a 20ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a prefeitura municipal de Liberato Salzano, o escritório local da Funai, o empenho do cacique da Aldeia entre outras pessoas e entidades.

“Tudo o que queremos temos que batalhar, parado nada se consegue. Juntos sonhamos, acreditamos e buscamos por este momento. Agradeço aos professores, funcionários, alunos, pais, comunidade indígena e a todas as entidades que lutaram junto com a Escola Francisco Kajeró, para que hoje estes jovens possam seguir na busca de novos cursos e do Ensino Superior que, com certeza, se voltará para o ganho educacional, pessoal e profissional desta comunidade. Lutem, meus caros formandos, vão em busca de um mundo melhor para o povo indígena”, disse, a gestora.
Na sequência o Cacique Antonio Moreira Venrog, agradeceu o apoio e empenho de todos que ajudaram e batalharam pelo Ensino Médio para a Escola da Aldeia. “Foram guerreiros na busca daquilo que nossos filhos merecem. Somos comunidade indígena, mas somo capazes”, falou.

Ainda o prefeito, Gilson de Carli, parabenizou e agradeceu a luta do Cacique, juntamente com a diretora pela conquista. “Estamos felizes por ser do nosso município os primeiros formandos indígenas no Ensino Médio. Continuem nessa busca de conhecimentos e tragam os frutos para esta Terra, porque uma das marcas de Liberato Salzano, é também a excelência do Ensino Indígena”, destacou. 

Para a coordenadora-adjunta da 20ª CRE, Ana Jossade Félix Vieira, o momento é de alegria e comemoração pela formatura da primeira turma indígena do Ensino Médio. Vocês são pioneiros e estão no ensino de ponta da Educação Indígena no Ensino Médio, na região. Agradecemos e parabenizamos à equipe diretiva, professores, funcionários, alunos, pais, tribo indígena kaikang, através de seu Cacique, a Prefeitura Municipal, a Funai e, principalmente, aos formandos que acreditaram no empenho e trabalho realizado por esta comunidade e apoiado por entidades. São anos dedicados ao ensino, cultura, liberdade, autodeterminação, esforço para manter tradições e costumes indígenas, alegria, e serviços prestados à comunidade salzanense, parabéns, finalizou.
Também usaram da palavra a coordenadora local da Funai, Marijara Dazzi,  a assessora da educação indígena, Laerta Gomes de Souza, a professora regente da turma,  o pastor local, alunos oradores da turma, que agradeceram o empenho dos professores e das lideranças.

Após houve a entrega dos diplomas de conclusão e um brinde com espumante ao grito de “todos somos vencedores”. A noite seguiu o baile de confraternização animado pela banda Cheiro de Paixão.


 Ensino Médio Indígena na Kajeró
O curso do Ensino Médio Polítécnico da Escola Estadual Indígena Kaigang Francisco Kajeró, de Liberato Salzano, iniciou em 2014, com uma extensão do Colégio Estadual de Ensino Médio Doutor Liberato Salzano Vieira da Cunha, da cidade. Em abril de 2015 passou a ser reconhecido e teve autorização para funcional da Escola Kajeró. O curso cumpriu carga horária, disciplinas e a cultura indígena, conforme e Legislação.

Para o povo indígena a formatura é um ritual que significa a passagem de uma fase, que para eles é muito importante porque é a primeira vez na história do povo indígena da região que uma turma termina o Ensino Médio em uma escola também indígena.
Os dez estudantes formados, com apoio da comunidade, pretendem buscar o Ensino Superior. 

Fotos em anexoCrédito: Jô do Carmo – ACS/20CRE

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