sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Usina Foz do Chapecó entra em operação

Primeira unidade geradora da hidrelétrica entrou em funcionamento nesta quinta-feira. Projeto recebeu R$ 2,64 bilhões em investimentos e apresenta tecnologia inédita



Instalada no Rio Uruguai, entre os municípios de Águas de Chapecó, em Santa Catarina, e Alpestre, no Rio Grande do Sul, a Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó acaba de colocar sua primeira unidade geradora, de 214 MW, em operação comercial, nesta quinta-feira, dia 14 de outubro. Ao todo, são quatro unidades e uma potência instalada de 855 MW, o que corresponde a 25% de todo o consumo de energia do estado catarinense ou a 18% do consumo gaúcho. “A previsão é de que em março de 2011 tenhamos as quatro unidades operando e contribuindo significativamente com o potencial energético brasileiro. É uma obra de grande importância para o crescimento econômico do País”, ressalta o diretor superintendente da Foz do Chapecó Energia, Paulo Eduardo de Almeida Godoy.

Foram 42 meses de obra até a entrada em operação da primeira unidade, envolvendo 4,7 mil operários no pico do empreendimento. Construída em tempo recorde, esta usina traz outro diferencial no setor elétrico. Pela primeira vez no Brasil, uma hidrelétrica utilizou um núcleo de asfalto na vedação de sua barragem. A tecnologia inédita é comum em países da Europa e nos Estados Unidos e já foi aplicada em mais de cem usinas pelo mundo.

A principal vantagem é a velocidade de execução da obra que o asfalto propicia. Comparado a outros materiais, como a argila, o asfalto é menos vulnerável às condições climáticas. Assim, a obra sofre menos interrupções em períodos chuvosos e ganha segurança no cumprimento dos cronogramas contratuais. A barragem, de 48 metros de altura e 598 metros de extensão, foi completamente erguida em um período de cinco meses.

A usina Foz do Chapecó é um dos projetos prioritários do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, o PAC. Ao todo, o empreendimento recebeu R$ 2,64 bilhões em investimentos, valor que inclui também o orçamento direcionado aos programas socioambientais. A detentora da concessão da usina é a Foz do Chapecó Energia S.A., formada pelas empresas CPFL (51%), Eletrobras Furnas (40%) e Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (9%).



NÚCLEO ASFÁLTICO:

O núcleo de asfalto tem 55 cm de largura e funciona como uma cortina de vedação que impede a passagem de água. A massa de asfalto foi lançada na barragem a uma temperatura que varia entre 150 e 170 graus. Ao contrário da argila, que só pode ser aplicada se estiver quase seca, o asfalto pode ser lançado logo que uma chuva acaba ou mesmo em dias de chuva de fraca intensidade. O material também é reconhecido pelo excelente desempenho como impermeabilizante, garantindo total segurança no bloqueio da água.



CURIOSIDADES:

- o concreto utilizado na construção da usina Foz do Chapecó seria suficiente para construir oito estádios iguais ao Maracanã;

- a barragem da usina, futuramente, será utilizada como estrada de ligação entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

- a usina Foz do Chapecó tem um dos menores coeficientes área alagada/potência instalada do país. Metade de seu reservatório, que tem 80 km2, é a própria calha do rio Uruguai;

- a potência da hidrelétrica é suficiente para abastecer mais de cinco milhões de lares.



USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO CHAPECÓ – saiba mais:



Rio: Uruguai

Potência: 855 MW

Energia assegurada: 432 MW médios

Unidades geradoras: quatro (turbinas tipo Francis com 214 MW cada)

Barragem: 47 metros de altura e 598 metros de extensão

Vertedouro: 15 comportas de 18,70 x 20,60m

Tomada d‘água: com quatro comportas
Circuito de adução: dois túneis com 18,00 x 18,15 m cada e 392 m de comprimento



Investimento: R$ 2,64 bilhões

Acionistas: CPFL, Eletrobras Furnas e CEEE-GT



Municípios atingidos

Em Santa Catarina: Águas de Chapecó, Caxambu do Sul, Guatambu, Chapecó, Paial e Itá.

No Rio Grande do Sul: Alpestre, Rio dos Índios, Nonoai, Erval Grande, Faxinalzinho e Itatiba do Sul.



Desenvolvimento regional

- geração de mais de sete mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos, com prioridade para a mão de obra local;

- aumento na arrecadação de impostos. Apenas em Impostos Sobre Serviços, Águas de Chapecó e Alpestre dividem mais de R$ 16 milhões;

- serão repassados mais de R$ 16 milhões/ano, em royalties, durante os 30 anos de concessão da usina. Os municípios atingidos receberão até R$ 7,5 milhões/ano.



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